A fronteira no meio do montado onde os corvos comem os mesmos grãos de milho. A fronteira é um país por si mesmo: cidadãos árvores, cidadãos falcões. País de uma só rua principal Cheia de janelas abertas umas frente ás outras. O fumo dos cigarros dos vizinhos se mistura no ar O lixo na mesma lixeira, a mesma fome. São os gatos aqueles que t êm l inhas cruzadas de cores camufladas. A fronteira divide a faixa que divide a terra e passam os pólenes hermafroditas. As pétalas usadas para marcar as páginas, O granizo que faz dano ás pedras. A fronteira são dois países a recta imaginária que corta corpos irmãos O meridiano que muda as horas pelo dedo do sol O rio e os montes que separam Os tiros se cruzam direitos ao mesmo pato furta-cor os fogos de artifício rosas das mesmas festas As virgens de mármore se olham como se fosse espelho O arco-íris é a portaria. A estação central, as nuvens pretas magoam aos dois. Só são para os equilibristas para os fantasmas das alfândegas para perdidos turistas. A Fronteira são as guerras, as mãos abraçadas de novo as guerras as flechas quebradas pelas mesmas mãos de pães amassadas.
A fronteira é uma fortaleza.
Olivenza, 2012
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